A navegação interior, vital para a logística e a integração regional do Brasil, foi o centro das discussões promovidas pela Associação Brasileira para o Desenvolvimento da Navegação Interior (ABANI) no Rio de Janeiro. Em um evento que reuniu autoridades, empresários e especialistas, temas cruciais como infraestrutura, financiamento, descarbonização e avanços regulatórios ganharam destaque.
“O Brasil precisa enxergar na navegação interior uma verdadeira ponte para o desenvolvimento sustentável. Com rios que se estendem por milhares de quilômetros, temos o potencial de transformar essa riqueza natural em um vetor de competitividade econômica e preservação ambiental”, afirmou Dodó Carvalho, presidente da ABANI. Ele destacou a importância de unir esforços públicos e privados para superar gargalos logísticos e alavancar o setor.
Infraestrutura e Capacitação em Foco
Durante a mesa redonda realizada no Tribunal Marítimo, o Secretário Nacional de Hidrovias, Dino Antunes, enfatizou a necessidade de investimentos estruturais. “Nossa prioridade é garantir que os corredores logísticos fluviais recebam a atenção necessária para conectar produtores a mercados nacionais e internacionais. Isso inclui melhorar portos, vias navegáveis e capacitar profissionais que operam no setor”, disse. A fala refletiu um consenso entre os participantes: a infraestrutura fluvial é um ativo estratégico que demanda maior atenção governamental e investimentos privados.
Avanços Regulatórios e Financiamento
No workshop da tarde, debates detalharam os impactos da reforma tributária no setor. Palestrantes apontaram para o desafio da adaptação ao novo regime fiscal e as oportunidades de modernização nos contratos. Além disso, instrumentos como o Fundo da Marinha Mercante (FMM) e a emissão de debêntures incentivadas foram apresentados como soluções viáveis para financiar a expansão da navegação interior. “Precisamos criar um ambiente regulatório previsível e acessível. Isso é fundamental para atrair investidores que queiram apostar em projetos de grande escala e impacto positivo”, reforçou Dodó Carvalho.
Sustentabilidade e Inovação
Outro tema central foi a descarbonização do transporte fluvial, alinhada às práticas ESG (Governança Ambiental, Social e Corporativa). Os debates ressaltaram os benefícios fiscais e as oportunidades de inovação tecnológica, incluindo a implementação de projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I).
Um Futuro de Oportunidades
O evento reafirmou o papel da ABANI como articuladora entre os diversos agentes da navegação interior, consolidando-a como uma voz ativa na defesa do setor. Para Dodó Carvalho, o diálogo estabelecido ao longo do encontro é um marco. “Estamos construindo, juntos, o caminho para um setor mais forte, competitivo e integrado às demandas do século XXI. A navegação interior é, sem dúvida, uma das grandes soluções logísticas para o Brasil, e vamos trabalhar para que ela atinja todo o seu potencial.” José Rebelo III – Vice-presidente da Abani
Com temas tão relevantes e a presença de lideranças comprometidas, a programação consolidou o entendimento de que a navegação interior não é apenas uma necessidade logística, mas uma oportunidade estratégica para o desenvolvimento econômico e sustentável do país.